ORIGENS DOS SORVETES INDUSTRIALIZADOS
Os sorvetes cremosos, similares aos consumidos atualmente, começaram a ser difundidos há pouco mais de três séculos. Entretanto, alguns registros históricos evidenciam que o hábito de consumir alimentos e bebidas geladas é milenar e evoluiu de forma associada ao desenvolvimento de técnicas para uso do frio na culinária e conservação dos alimentos que, segundo um pesquisador, pode ser observado em estágios distintos. No primeiro estágio ocorreu o resfriamento de alimentos e bebidas com gelo e neve obtidos diretamente da natureza, prática identificada em citações em obras de autores tais como Hipócrates, Pliny e Seneca, mas que pode ter ocorrido bem antes dessa época. Essas preparações culinárias são consideradas precursoras de produtos ainda consumidos atualmente, como os sorbets e as granitas.
Muitos séculos depois, no século 17, um segundo estágio se caracterizou pela difusão do uso da técnica de resfriamento, por meio da dissolução do sal no gelo, para a elaboração de sorvetes, que pode ser observada em livros de receita e máquinas sorveteiras que surgiram a partir de então. Essa técnica ainda é usada em algumas máquinas domésticas de sorvete comercializadas nos dias de hoje, apenas com a substituição do mecanismo de mistura manual pelo elétrico.
A obra Magiae Naturalis (Giambattista della Porta) descreve o efeito de resfriamento causado pela mistura de neve com salitre.
Receita de gelo saborizado na obra Recueil de curiositéz rares et nouvelles de plus admirables effets de la nature (Nicholas Lemery).
Receita de sorvete (ice cream) na obra The Art of Cookery made Plain and Easy
(Hannah Glasse).
Máquina para elaboração de sorvete. Ilustração em L’Art de Bien Faire les Glaces d’Office (M. EMY).
Tipo de máquina comercializada para elaboração de sorvete que requer dissolução de sal em gelo.